Falar de Lisboa é falar de uma cidade irresistível.
Nas suas muitas singularidades elegem-na, desde há muito, como uma das mais belas capitais europeias.
Uma visita a Lisboa exige passagem obrigatória pela Praça do Comércio, Chiado e toda a velha Baixa Pombalina.
O seu invejável patrimônio cultural permite também uma diversidade de outros percursos que passam por palácios, monumentos e museus.
Com longos séculos de história, Lisboa sempre repleta de luminosidade, é desde há muito um destino turístico de excelência.
Vislumbrar o Tejo, percorrer as suas setes colinas, descobrir os populares bairros típicos e saborear a boa gastronomia, são momentos inesquecíveis que, seguramente, irão perdurar na memória dos seus visitantes.
Indiferente à globalização que impera pela Europa, a gastronomia portuguesa continua a apostar na identidade nacional.
O Café Martinho da Arcada conquistou um lugar de referência no panorama da nossa cozinha tradicional. Ir ao Martinho da Arcada é sinónimo de comer bem.
Na sua ementa evidenciam-se inúmeros petiscos e pratos típicos: pasteis de bacalhau, peixinhos da horta, amêijoas à “Bulhão Pato”, arroz de pato, bacalhau à lagareiro, bife à Martinho e todo tipo grelhados.
Em relação a vinhos a carta é ampla e contempla as principais regiões do país.
Não falta também um repositório de sobremesas onde se destaca o arroz doce, o leite creme e os doces conventuais.
Das muitas figuras ilustres que passaram pelo Café Martinho da Arcada, destaca-se obrigatoriamente uma: Fernando Pessoa, melhor Fernando António Nogueira Pessoa, de seu nome completo, nascido em Lisboa num dia de Santo António, do ano de 1888. Figura cimeira da literatura, incontestavelmente um dos maiores poetas do séc. XX, escreveu, como se sabe, uma boa parte dos seus poemas à mesa do Martinho da Arcada. De todos os cafés que frequentou, o Martinho foi (sobretudo nos últimos dez anos da sua vida) quase uma segunda casa. Utilizava-o como um escritório de fim de tarde, onde escrevia, e se encontrava com os amigos mais íntimos, para aliviar a solidão. A generosidade dos poemas que integram “Mensagem” e muitas páginas do “Livro do Desassossego” nasceram no café do Sr. Mourão. Após a morte de sua mãe, os últimos anos do poeta são particularmente difíceis, muito só, atormentado e já com uma saúde precária, Fernando Pessoa, numa quarta-feira de Outono (27 de Novembro) toma, com Almada Negreiros, o ultimo café no Martinho da Arcada. Dois dias mais tarde è internado no Hospital de S. Luís dos Franceses, em Lisboa, onde morre aos 47 anos no dia 30 de Novembro de 1935.